30 abril 2011

Reflexão

A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO


O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no

assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal fazer alguns

serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu pai
dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai estou com muita raiva. O Juca não deveria ter isso feito comigo. Desejo
tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta, calmamente, o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma
pergunta, o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no
varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O
varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços certavam o
alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela
brincadeira, e carinhoso lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande
espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Só se conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.
O pai, então, lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você.
O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos...

Moral da história


Cuidado com seus pensamentos; eles se transformam em palavras.
Cuidado com suas palavras; elas se transformam em ações.
Cuidados com suas ações; elas se transformam em hábitos.
Cuidado com seus hábitos; eles moldam o seu caráter.
Cuidado com seu caráter; ele controla o seu destino


O Valor das Pequenas Coisas
Em cada indelicadeza, assassino um pouco aqueles que me amam.
Em cada desatenção, não sou nem educado, nem cristão.
Em cada olhar de desprezo, alguém termina magoado.
Em cada gesto de impaciência, dou uma bofetada invisível nos que convivem comigo.
Em cada perdão que eu negue, vai um pedaço do meu egoísmo.
Em cada ressentimento, revelo meu amor-próprio ferido.
Em cada palavra áspera que digo, perdi alguns pontos no céu.
Em cada omissão que pratico, rasgo uma folha do evangelho.
Em cada esmola que eu nego, um pobre se afasta mais triste.
Em cada oração que não faço, eu peco.
Em cada juízo maldoso, meu lado mesquinho se aflora.
Em cada fofoca que faço, eu peco contra o silêncio.
Em cada pranto que enxugo, eu torno alguém mais feliz.
Em cada ato de fé, eu canto um hino à vida.
Em cada sorriso que espalho, eu planto alguma esperança.
Em cada espinho, que finco, machuco algum coração.
Em cada espinho que arranco, alguém beijará minha mão.
Em cada rosa que oferto, os anjos dizem: Amém!
Roque Schneider


Pra ser Feliz





Se você quer ser feliz por uma hora, tire uma soneca; por um dia, vá pescar; por um mês, case-se; por um ano, herde uma fortruna; pela vida inteira, ajude os outros.” Provérbio Chinês.







Começamos a adolescer...

Desde o primeiro momento da vida, somos dependentes da relação com o outro, e assim permanecemos muito tempo, de certa forma, a vida toda.

Quais são as fases de nosso adolescer?

A criança desde seu nascimento depende da mãe para sobreviver. Através dos cuidados, da alimentação e do afeto, a mãe vai traduzindo o que imagina estar se passando com o bebê.

O adolescente saído da infância depara-se com seu corpo que se modifica, torna-se diferente, às vezes desengonçado. A angústia é o sentimento mais eminente; crises de tristeza, inibições, nervosismos e agitações são muitas vezes externadas em atos de agressão, seja consigo mesmo, seja com o outro. Os pais já não possuem as respostas a todos os porquês.

A adolescência é, ou deveria ser, a porta de entrada para a vida adulta. São muitas as portas, e apontam para um tempo de incertezas, do despertar __ para o sexo, para o outro, para o trabalho, para a vida adulta cheia de escolhas, responsabilidades, frustrações, ilusões, amores e desamores.

Para superar essa FASE da vida, o adolescer exige da família e do próprio adolescente um trabalho de elaboração de valores, para que possa saber o que é importante para ele e, portanto, o que deve fazer de seu desejo, de suas aspirações, do que quer para si. Ele precisa superar as dificuldades que isso acarreta, tentando produzir uma história particular de sua existência; caso contrário, a base de sustentação é insuficiente para encontrar novos modos de existir no mundo, e o adolescente tende a alienar-se, participando superficialmente da construção de sua história.
A melhor porta de entrada na vida é a porta de acesso ao outro, o exercício do amor e do trabalho, com criatividade e responsabilidade.
Viver cada etapa como se fosse a única requer conhecimento de si, auto-estima. O amor próprio está fundamentado nos valores essenciais do amor, do respeito, da empatia, do diálogo, do perdão, da responsabilidade e da liberdade, entre tantos. Na verdade, alguém torna-se adulto pela capacidade de viver as alegrias da adolescência e da juventude, a camaradagem, as baladas, a gradual experiência do afeto e da sexualidade, os momentos de realização no esporte, namoro, estudo, trabalho.




Um dia, a Verdade andava visitando os homens sem roupas e sem adornos, tão

nua como o seu nome.E todos que a viam viravam-lhe as costas de vergonha

ou de medo e ninguém lhe dava as boas vindas.
Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido. 
- Verdade, por que estás tão abatida? - perguntou a Parábola.
- Porque devo ser muito feia já que os homens me evitam tanto! 
- Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso que os homens te evitam.
Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece.
Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e, de repente,
por toda à parte onde passa era bem-vinda. 
- Pois os homens não gostam de encarar a Verdade nua; eles a preferem disfarçada.


(Conto Judaico)


Pensadores




- Aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros.
- Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas;
mas não há o suficiente para a cobiça humana.

MAHATMA GANDHI (1869-1948), líder indiano 


Albert Einstein


"A sabedoria não é produto da escola, mas do esforço de uma vida inteira para adquiri-la"

ALBERT EINSTEIN (1879-1955), físico alemão naturalizado norte-americano.

"A vida de um indivíduo só tem sentido na medida em que ajuda a tornar mais bela e nobre qualquer outra vida"

ALBERT EINSTEIN (1477-1511), diplomata francês

Camões




"Jamais haverá ano novo
se continuar a copiar os erros
dos anos velhos"


LUIZ VAZ DE CAMÕES,
poeta português, autor de Os Lusíadas.


         Rubem Alves





Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixam de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo faz parte da natureza dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Rubem Alves






A intensidade da vida da vida depende de como a olhamos.
Há pintores que iriam achar belo este prato de uvas que se encontra sobre a mesa; e tentariam pintá-las com todo seu frescor, sua cor, sua luz e forma.
E nós, quando olhamos o quadro que resultou disso, devemos pensar nos vinhedos, como eles cresceram, como foi a colheita. Pensar na loja onde o vinho destas uvas será vendido, e nas bocas que o provarão; entender que cada uma delas veio de um lugar diferente, embora estejam todas no mesmo prato. Reparar que este prato é chines, e recordar tudo o que aprendemos sobre a China.
Então nossos olhos se dirigem à mesa, e pensamos de que maneira é feita, como era a árvore de onde foi tirada, quem a cortou, e onde vivia o lenhador com sua família.
Ver as coisas dessa maneira enriquece a imaginação, e nos abre para um mundo muito mais rico.
As crianças devem aprender a fazer isso.


Kahlil Gibran

CARTAS DE AMOR DO POETA - Adaptação de Paulo Coelho

A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê.
Se o tolo persistisse em sua tolice, sábio se tornaria.
Quem nunca altera sua opinião é como a água parada
e começa a criar répteis no espírito.
Os alimentos sadios não são apanhados com armadilhas ou redes.

William Blake, poeta, pintor e ilustrador inglês






As coisas simples são as mais extraordinárias,
e só os sábios conseguem vê-las.

O tesouros são levantados da terra pela torrente de água,
e enterrados por essas mesmas enchentes.
Se começares a prometer o que ainda não tens,
vais perder a vontade de consegui-lo.
Só uma coisa torna um sonho impossível:
o medo de fracassar.

Quando procuramos ser melhores do que somos,
tudo à nossa volta se torna melhor também.
Ninguém conseguiria ter uma Pirâmide no seu quintal,
mesmo que amontoasse pedras toda a sua vida.
Do livro "O Alquista"

Paulo Coelho





"Um país não se muda pela sua economia, sua política e nem mesmo sua ciência; muda sim pela sua cultura."

HERBERT JOSÉ DE SOUZA, o Betinho
(1935-1997), sociólogo mineiro



29 abril 2011

PEQUENOS FILÓSOFOS - A TERRA E O FAZENDEIRO

Episódio da série animação Pequenos Filósofos, que mostra contos e fábulas de diferentes culturas que despertam nas crianças e jovens uma consciência a respeito da moral e seus valores. 

Esta história fala sobre ambição, cobiça e morte. 

Filhos Brilhantes - Alunos Fascinantes


ARTIGO : Reunião de Pais - Lidando com Pais mal educados !
Roseli Brito
É sabido que cabe a família ensinar valores, boas maneiras, oferecer um ambiente adequado do ponto de vista material, emocional , moral e psicológico. No entanto cada vez mais a geração anterior transmite cada vez menos para a geração seguinte. Afinal ninguém pode dar o que não tem, e também não pode ensinar o que não aprendeu.


Infelizmente, o reflexo desta situação é visível na nossa sociedade e principalmente dentro das nossas salas de aula. São alunos que tratam os Professores de modo abusivo e desrespeitoso utilizando linguajar rude e ofensivo, e até, em muitos casos, partindo para a agressão física.


 ( continue lendo)

26 abril 2011

Texto para reunião de pais



Girassóis e Miosótis

O girassol é flor raçuda,que enfrenta até a mais violenta intempérie acaba sobrevivendo. Ela quer luz e espaço e em busca desses objetivos, seu corpo se contorce o dia inteiro. O girassol aprendeu a viver com o sol e por isso é forte. 
Já o miosótis é plantinha linda, mas que exige muito mais cuidado. Gosta mais de estufa. O girassol se vira... e como se vira! O miosótis quando se vira, vira errado. Precisa de atenção redobrada. 
Há filhos girassóis e filhos miosótis. Os primeiros resistem a qualquer crise: descobrem um jeito de viver bem, sem ajuda. As mães chegam a reclamar da independência desses meninos e meninas, tal a sua capacidade de enfrentar problemas e sair-se bem.Por outro lado, há filhos e filhas miosótis, que sempre precisam de atenção. Todo cuidado é pouco diante deles. Reagem desmesuradamente, melindram-se, são mais egoístas que os demais, ou às vezes, mais generosos e ao mesmo tempo tímidos, calados, encurralados. Eles estão sempre precisando de cuidados.O papel dos Pais é o mesmo do jardineiro que sabe das necessidades de cada flor, incentiva ou poda na hora certa. De qualquer modo fique atento. Não abandone demais os seus girassóis porque eles também precisam de carinho... E não proteja demais os seus miosótis. As rédeas permanecem com vocês... Mas também a tesoura e o regador. Não negue, mas não dêem tudo que querem: a falta e o excesso de cuidados matam a planta... 

Autoria: José Fernandes de Oliveira - Padre Zezinho

Se me restasse só mais uma aula


Texto de Aluísio Cavalcante Jr.

Como seria esta aula?
Eu aprenderia antes de iniciá-la,
O nome de cada aluno.
Observaria o brilho de cada olhar
E o encanto de cada sorriso.
Então a última lição ensinada
Seria cuidadosamente planejada,
Para não apagar de cada aluno
Seu brilho e encanto.

Esta aula falaria de solidariedade, de amizade e respeito.
Falaria de coisas simples e úteis para a vida.
Falaria da responsabilidade de dedicar a lição aprendida,
Para a construção de um mundo de amor, de paz e esperança.

Não se perderia tempo com ensinamentos inúteis.
Com competição e egoísmo.
E ao final dela nos abraçaríamos e sorriríamos.
E escreveríamos poemas sobre o presente.
E iríamos para as ruas
Falar de solidariedade.
E correríamos para as nossas casas
Para abraçar nossas famílias e amigos.

Mas não é preciso esperar a última aula.
Nem tão pouco buscar a justificativa do impossível.
Pois das dificuldades do presente,
Nasce o professor que transforma o mundo.

Por Celso Antunes, Dificuldade de aprendizagem ou de sensibilidade?

_ Bom dia, professora Maura! Como hoje é seu primeiro dia de trabalho em nossa escola, ainda antes de apresentá-la aos alunos, gostaria que a senhora identificasse quai alunos irão desenvolver dificuldades de aprendizagem.
_ Ótimo, Senhor diretor. O senhor pode me dizer quais são, se é que existe um ou alguns?
_ Isso eu ainda não sei, professora. Não fizemos o teste, mas a senhora poderia começar sua atividade fazendo...
_ Teste? Que teste, senhor diretor?
_ É simples, coloque pedacinhos de papel branco em uma bolsa e misture a eles cinco ou seis pedacinhos vermelhos. Depois, peça a cada aluno que, sem olhar, retire um papelzinho. Os que saírem com o vermelho, por certo, apresentarão dificuldades de aprendizagem...
Exagero? Sem dúvida, mas de maneira alguma fantasia.
O que, na realidade, acontece na maior parte das nossas escolas é um procedimento mais ou menos análogo, ao se rotular crianças com dificuldade de aprendizagem. Se não existe o sorteio aleatório, existe a vontade de se considerar limitados os que apresentam alguma dificuldade na habilidade que a escola ou a cultura vigente considera válida.
Uma criança, ou mesmo um adulto, com imensa inabilidade para desenvolver relacionamentos interpessoais não é rotuldada como tendo dificuldade de aprendizagem, mas, se apresenta dificuldade na leitura, o rótulo lhe cai bem. Mas, convenhamos! O que é mais importante na vida? Aprender a ler ou fazer amigos? Saber matemática ou ser capaz de sobreviver à violência das grandes cidades? Apresentar facilidade para compor ou desenhar ou possuir notável capacidade de memorização para hierarquias dinásticas impostas pela História?
De maneira geral, todos os seres humanos apresentam limitações nesta ou naquela habilidade e praticamente ninguém é proficiente em absolutamente tudo, mas, dependendo da cultura em que se nasce e da escola que se frequenta, as nossas inabilidades são consideradas irrelevantes e, assim, somos rotulados como "normais", enquanto outros, por falta de sorte, ainda que extremamente habilidosos nesta ou naquela ação, recebem o rótulo de "anormais" porque não desenvolvem plenamente o domínio da leitura, da compreensão de mensagens, da capacidade de cálculo, do raciocínio matemático ou, ainda, a audição, a fala ou expressão escrita.
Não pretendemos, com o exposto, afirmar que não existem dificuldades específicas e que estas não mereçam ser trabalhadas. Seria tolice e ato desumano defender essa tese e negar essa ajuda, quando possível. O que se pretende afirmar é que a rotulação inconsequente é quase uma rotina e o elenco de habilidades importantes para viver é literalmente negligenciado pela educação convencional.
Muitas vezes, uma criança apresenta dificuldades de leitura e compreensão de um texto, pelo infortúnio de apresentar disfunções somente notadas no ambiente cultural em que nasceu. A estrutura fonética da língua portuguesa, por exemplo, é essencialmente diferente da estrutura da língua inglesa e esta, por sua vez, apresenta insondáveis abismos em uma comparação com o árabe ou o chinês e, dessa forma, se a criança possui sérias deficiências na compreensão de sistemas de escritas logográficas, como a chinesa, mas nasceu no Brasil, será para sempre "normal", como seria "normal" uma criança que, com essas dificuldades, nascesse na China, mas tivesse que viver apenas aprendendo e falando português.
Isto posto, ficam as questões que esta crônica pretende sugerir: primeiro, o corpo docente de uma escola, após cuidadosa reflexão e plenamente sintonizado com o destino que deseja a seus alunos, deve destacar quais habilidades importa desenvolver e, desta forma, ampliar o leque das que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem; segundo, identificar crianças com essas efetivas dificuldades e buscar meios, instrumentos, recursos e pessoas, para que seja prestada efetiva ajuda, não esquecendo jamais que benefício algum se mostra eficiente se, antes de perceber sua ação, carimbamos ou rotulamos os alunos.
Do exposto sobra uma singela conclusão. Nada é mais fácil na atividade docente que rotular este ou aquele aluno, nada esconde mais depressa nossa efetiva incompetência que achar que a dificuldade de uma criança não se deve à qualidade de nosso trabalho. Portanto, na maioria das vezes, quando rotulamos uma pessoa como portadora de dificuldade de aprendizagem, estamos evidenciando nossa óbvia dificuldade de sensibilidade.

Celso Antunes é escritor, pesquisador, especialista na área de Inteligência e Cognição e autor de vários livros.

Contato com o autor: celso@antunes.com.br
Educação Infantil
   PROJETO AMIZADE – EDUCAÇÃO INFANTIL

1.       OBJETIVOS

·          Desenvolver competências sociais em crianças de quatro a seis anos
·          Mostrar como serem amigas
·          Exercitar a identificação, sensibilidade  e fala pública sobre diferentes sentimentos
·          Destacar como lidarem com as quatro emoções básicas: medo, alegria, tristeza e ira
·          Ajudar a expressarem sentimentos que lhes desagradam

2.       PÚBLICO-ALVO

·          15 a 20 crianças de quatro a seis anos

3.       RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS

·          Recursos materiais: cartolinas, canetas hidro-cor, revistas velhas
·          Outros recursos materiais, caso se faça opção por um treinamento e expressão das múltiplas inteligências (Ver fonte de referência 5º)
·          Recursos Humanos: um a dois Mediadores previamente treinados


4.       QUESTÕES RELEVANTES

·        O que é a amizade?
·          Amizade é o mesmo que amor?
·          O que é um amigo de verdade?
·          Qual a importância de um amigo?
·          O que é o medo?
·          Que coisas nos fazem felizes?
·          Por quê ficamos tristes?
·          O que nos deixa com raiva?
·          Como não falar a um amigo?
·          Como falar a um amigo?

E inúmeras outras do mesmo tipo, levantadas pelas próprias crianças

5.       FONTES DE REFERÊNCIA

·          ANTUNES, Celso – Alfabetização Emocional. Petrópolis. Editora Vozes. 7ª edição. 1999

·          ANTUNES, Celso – Fascículo 6 da Coleção Na Sala de Aula / A Alfabetização Moral em Sala de Aula e em Casa, do Nascimento aos Doze anos. Petrópolis. Editora Vozes.  2ª Edição. 2002

·          ANTUNES, Celso – Fascículo 7 da Coleção Na Sala de Aula / Um Método para o Ensino Fundamental: o Projeto. Petrópolis. Editora Vozes.  2ª Edição. 2002

·          ANTUNES, Celso – A Construção do Afeto. São Paulo. Augustus Editora. 4ª edição. 2001

·          ANTUNES, Celso – Fascículo 3 da Coleção Na Sala de Aula / Como Desenvolver Conteúdos Explorando as Inteligências Múltiplas. Petrópolis. Editora Vozes.  2ª Edição. 2002

·          LeDOUX, Joseph -  O Cérebro Emocional. São Paulo. Editora Objetiva. 1998

·          RESTREPO, Luis Carlos – O Direito à Ternura. Petrópolis. Editora Vozes. 2ª edição. 1998


6.       COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS

·                     Afetividade
·                     Auto-estima
·                     Otimismo
·                     Controle dos impulsos
·                     Empatia – Compreensão do outro
·                     Prestatividade e solidariedade
·                     Sinceridade
·                     Empatia no ouvir
·                     Comunicação Interpessoal
·                     Pensamento dirigido
·                     Autoconhecimento
·                     Administração das Emoções

7.       FASES DO PROJETO

·      ABERTURA

Mediadores, pais, professores, pessoas da comunidade especialmente convidadas discutem e elegem as competências desejadas e a seleção de questões que a culminância do projeto deverá responder.



·            O TRABALHO PRÁTICO – ESTRATÉGIAS

PREPARAÇÃO DO ROTEIRO


Os professores e os Mediadores escreverão roteiros de apresentações teatrais simples, cuja duração não deve exceder 15 minutos e que devem vivenciar cenas do cotidiano dos alunos  envolvendo temas de relações interpessoais para ajudarem as crianças aprenderem como serem amigas, reconhecerem e falarem sobre diferentes sentimentos, lidarem com verdade e com a mentira, com a ira e com a dor, com o medo e a tristeza, com a alegria e com a felicidade e como expressarem o que lhes agrada e desagrada. Essas pequenas peças podem simular situações do pátio da escola, disputa por lugares, formas de abordagem, etc.

ENSAIO

Para cada encenação haverá um grupo de “atores” e outro de “espectadores”, mas todos os alunos nas diferentes peças desenvolverão ambos papeis. Durante o ensaio não deve ocorrer a prioridade de “lições de conduta” ou julgamento sobre “atitudes certas ou erradas” ainda que o aparecimento destas, possa gerar uma resposta serena e coerente por parte do(s) intermedializador(es). Os Mediadores poderão ou não introduzir o “ponto” com um ator que não aparece, ajudando os atores nas falas a serem praticadas.

APRESENTAÇÃO

A apresentação de cada peça se dará de forma similar a qualquer apresentação teatral.


DEBATES

Após a encenação deverão ocorrer os debates, envolvendo inicialmente apenas os alunos e os Mediadores. Nesse debate deve prevalecer a solicitação de opiniões sobre atitudes, gestos, posturas, ações ainda que as mesmas não devam suscitar julgamentos morais por parte dos professores. Não existe um tempo prescrito previamente para a duração dos debates, embora os Mediadores devam mostrar sensibilidade para não o prolongarem além dos limites do interesse por parte dos alunos envolvidos.

SÍNTESE CONCLUSIVA

Concluído os debates os Mediadores sintetizarão as conclusões gerais, enfatizando o que se levou os alunos a aprenderem com a atividade.

FECHAMENTO

É extremamente importante destacar que os valores e os ensinamentos conquistados necessitem ser retomados em momentos e circunstâncias diferentes, internalizando-se nas atitudes dos professores, contextualizando-se aos temas curriculares desenvolvidos. Em verdade, a encenação, debate e síntese conclusiva jamais deve “encerrar” a atividade, antes abrir espaço para práticas sobre novas formas de relacionamento e emprego constante das habilidades sociais no cotidiano dos alunos.

8.       LINGUAGENS APLICADAS

Importante atividade de reforço é, em outra oportunidade, reunir-se os participantes do Projeto solicitando que expressem através de diferentes linguagens – pinturas, paródias, colagens, desenhos, corais, etc. – os valores desenvolvidos e supostamente apreendidos durante a atividade.

Atividade extremamente enriquecedoras é utilizar diferentes estratégias de comunicação, conforme as inteligências humanas suscitadas – lingüistica, lógico-matemática, visuo-espacial, sonora, cinestésico-corporal, naturalista, intra e interpessoal – e organizar painéis ou murais expressando os valores assumidos.

9.       AVALIAÇÃO

A forma de avaliação será desenvolvida através da comparação de relatórios  organizados por todos os elementos da equipe docente avaliando as atitudes dos alunos em sala de aula e no pátio da escola, antes e depois da realização de cada encenação, enfatizando a eventual permanência, após seis meses ou mais, de valores eventualmente assumidos.